Casal confessou envolvimento na morte e ocultação do cadáver (Foto: Ariovaldo Dantas / TV Morena).

Casal de MS simulou estar tão bêbado quanto vítima para matá-la a pauladas

Intenção dos envolvidos era ficar com a casa da vítima, em Campo Grande.Ossada foi localizada após buscas no quintal da casa de mecânico.

CAMPO GRANDE/MS – Enquanto o mecânico de 53 anos passou o dia ingerindo bebida alcoólica, na companhia de mais duas pessoas, não imaginava que eles já tinham planejado a sua morte e estavam apenas aguardando o momento certo para agir. A confissão do casal, Elisandro Aparecido Fonseca, de 34 anos e Ana Flávia Ferreiro Bruno, de 24 anos, levou a polícia a esclarecer o crime e entender a sequência dos fatos, desde a agressão até o momento em que o corpo da vítima foi queimado e ateado em uma fossa.

Casal confessou envolvimento na morte e ocultação do cadáver (Foto: Ariovaldo Dantas / TV Morena).

Casal confessou envolvimento na morte e ocultação do cadáver (Foto: Ariovaldo Dantas / TV Morena).

“A casa era muito frequentada por pessoas desocupadas, usuários de drogas e bebidas alcólicas, assim como a vítima. Por um período, Elisandro recebeu abrigo no local e começou a planejar ficar com a casa, tendo a ajuda da companheira para executar o crime. No dia dos fatos, o autor explicou que pegou um pedaço de madeira e começou a dar violentos golpes na cabeça do mecânico, que estava sendo no sofá, depois de muito beber e já no final da tarde”, afirmou ao G1 o delegado Márcio Obara, titular da Delegacia Especializada de Repressão à Homicídios (DEH).

O caso ocorreu em agosto de 2016, porém somente no dia 13 de fevereiro deste ano é que o corpo foi encontrado na fossa. Na época, os filhos do mecânico passaram a questionar os vizinhos sobre o paradeiro ele.

“As pessoas comentaram sobre uma discussão, com o envolvimento do Elisando, conhecido na região como Bilico. Eles ainda relataram que houve uma fumaça logo após a briga e, a partir daí, surgiu a suspeita da queima e o enterro do corpo na fossa”, explicou o delegado.

Escavação no quintal da casa

A família então, quase seis meses após registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento, repassou a informação dos vizinhos e a 6ª Delegacia de Polícia, com o Corpo de Bombeiros, iniciou as buscas no local. De início, fizeram uma escavação, porém, na última sexta-feira (3), uma retroescavadeira ajudou a encontrar a ossada humana, assim como vestes da vítima e pedaços de roupa envoltos nos restos mortais.

Ao G1 Elisandro afirmou estar arrependido do crime, ressaltando que houve uma discussão por bebida. Já a esposa nega qualquer envolvimento. “Ele me contou depois somente, mas eu não liguei para a polícia”, disse, contradizendo a investigação que a aponta como co-autora. Ambos vão responder por homicídio qualificado e ocultação do cadáver, com uma pena que pode ultrapassar 30 anos de prisão.

Entenda o caso

Uma ossada humana foi encontrada no fundo do quintal de uma casa, no dia 3 de fevereiro. O Corpo de Bombeiros utilizou uma retroescavadeira nas buscas. “Nós encontramos enterradas apenas as vestes da pessoa que está desaparecida e agora vamos usar o equipamento para fazer uma vistoria mais detalhada. A família já nos passou algumas informações e continuamos acompanhando”, afirmou na ocasião o delegado Valmir Moura Fé, titular interino da 6ª D.P.

A perícia explicou que existem três fossas desativadas no fundo do imóvel. De acordo com Moura Fé, o mecânico de 53 anos estaria desaparecido desde agosto de 2016. “O filho dele, de 27 anos, é quem registrou a ocorrência do desaparecimento, ressaltando que não mantinha muito contato com o pai. Ele dividia o imóvel com outra pessoa e brigou com ele, também sem notícias do seu paradeiro”, disse.

Em depoimento, o jovem explicou que buscou notícias do pai. “No boletim de ocorrência consta que o pai era usuário de drogas e também alcoólatra. O filho teria recebido a informação de que ele estava em uma clínica de recuperação, mas não foi localizado”, relatou na ocasião o delegado.

A investigação também obteve a informação de que ele foi agredido e poderia estar enterrado no quintal da sua casa, na rua Asturio Luiz Braga. “Vamos dar andamento ao inquérito e verificar se realmente esta informação é verdadeira”, finalizou.

G1

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