Aeronave apreendida em Ituverava, SP, durante operação da PF contra contrabando (Foto: Reprodução/EPTV).

Policial apontado como chefe de contrabando é procurado pela Interpol

Lourival Custodio Filho era investigador da Polícia Civil em Ribeirão Preto.Ele é alvo da “Celeno”, que apura contrabando anual de R$ 3 bilhões.

RIBEIRÃO PRETO/SP – A Polícia Federal do Paraná pediu que um ex-investigador da Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) entre para a lista de procurados pela Polícia Internacional (Interpol). Lourival Custodio Filho foi apontado pela “Operação Celeno” como dono de aviões que contrabandeavam eletrônicos para a região noroeste de São Paulo a mando de uma quadrilha da qual ele fazia parte. O suspeito está foragido.

Aeronave apreendida em Ituverava, SP, durante operação da PF contra contrabando (Foto: Reprodução/EPTV).

Aeronave apreendida em Ituverava, SP, durante operação da PF contra contrabando (Foto: Reprodução/EPTV).

O advogado de Custódio Filho, Jonas Marzagão, disse que não sabe onde o cliente está, mas afirmou que considera o pedido de prisão ilegal e que vai entrar com recurso na Justiça.

A força-tarefa ocorre em diversas cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A quadrilha, na qual Lourival teria atuado como um dos chefes, movimentava cerca de R$ 3 bilhões em mercadorias contrabandeadas por ano e utilizava várias aeronaves, aponta a PF.

Realizada após dois anos de investigações, a Operação Celeno cumpriu, em 16 de junho de 2016, 138 mandados judiciais nos quatro estados. Ao menos 28 prisões foram realizadas, além de 75 mandados de busca e apreensão. Ao todo, sete aeronaves, que segundo a investigação eram usadas para levar as cargas, foram apreendidas. Destas, 6 estavam na área de Ribeirão: três no aeroporto de Ituverava (SP), duas no aeroclube de Orlândia (SP) e uma em Barretos.

Pedido à Interpol

Apesar de ter feito o pedido à Interpol, o delegado da Polícia Federal Alexsander Noronha Dias diz não acreditar que Custódio Filho tenha fugido do país.

“A medida possibilita que se algum procurado da justiça brasileira for encontrado no exterior possa ser preso e extraditado. A Interpol, até para facilitar esse tipo de ação, tem algumas cores, classificações, para procurar desaparecidos, menores, até pessoas falecidas no exterior. Para questões de prisões, para responder a processo ou em virtude de pessoas já condenadas, é usada a cor vermelha”, explica.

Ele afirma que a medida foi feita de maneira cautelar, já que investigações apontaram que o homem possuía diversos contatos no Paraguai e era um dos principais agenciadores de carga no País.

Ao todo, o ex-investigador possuía quatro aeronaves e, segundo Noronha Dias, todas foram apreendidas durante a operação. Além dele, outras pessoas envolvidas no contrabando também tiveram seus nomes incluídos na lista vermelha da Interpol.

Realizada após dois anos de investigações, a Operação Celeno cumpriu, em 16 de junho de 2016, 138 mandados judiciais nos quatro estados. Ao menos 28 prisões foram realizadas, além de 75 mandados de busca e apreensão. Ao todo, sete aeronaves, que segundo a investigação eram usadas para levar as cargas, foram apreendidas. Destas, 6 estavam na área de Ribeirão: três no aeroporto de Ituverava (SP), duas no aeroclube de Orlândia (SP) e uma em Barretos.

Pedido à Interpol

Apesar de ter feito o pedido à Interpol, o delegado da Polícia Federal Alexsander Noronha Dias diz não acreditar que Custódio Filho tenha fugido do país.

“A medida possibilita que se algum procurado da justiça brasileira for encontrado no exterior possa ser preso e extraditado. A Interpol, até para facilitar esse tipo de ação, tem algumas cores, classificações, para procurar desaparecidos, menores, até pessoas falecidas no exterior. Para questões de prisões, para responder a processo ou em virtude de pessoas já condenadas, é usada a cor vermelha”, explica.

Ele afirma que a medida foi feita de maneira cautelar, já que investigações apontaram que o homem possuía diversos contatos no Paraguai e era um dos principais agenciadores de carga no País.

Ao todo, o ex-investigador possuía quatro aeronaves e, segundo Noronha Dias, todas foram apreendidas durante a operação. Além dele, outras pessoas envolvidas no contrabando também tiveram seus nomes incluídos na lista vermelha da Interpol.

“Trabalhamos em uma delegacia de Maringá que é relativamente perto do Paraguai e em vários casos como esse solicitamos também alerta vermelho para viabilizar a extradição caso ele seja encontrado em um país vizinho. Apesar de não ficar evidenciado que ele era piloto, mas sim proprietário de aeronave, o contato com pilotos pode facilitar que ele entra e saia do Brasil sem maiores questões de abordagem.”

Investigação

O inquérito da Polícia Federal aponta que mercadorias dos Estados Unidos eram levadas para o Paraguai e cruzavam a fronteira brasileira por terra até o Mato Grosso do Sul.

De lá, aviões monomotores levavam os produtos até as regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto (SP). Estradas clandestinas em canaviais eram usadas pelo grupo, segundo as investigações.

Do interior de São Paulo, as mercadorias então eram levadas para São Paulo e para outras partes do país.

Segundo a Polícia Federal, Gilmar de Moura era o líder mais importante dentre os quatro do grupo. Ele possuía controle sobre a logística do contrabando e influências tanto no Brasil quanto no Paraguai. De acordo com a operação, ele chegou a fazer até quatro voos diários para o transporte dos anabolizantes e eletrônicos até o interior de São Paulo.

O inquérito também relata que ele tinha informações privilegiadas passadas por seu sobrinho e vizinho de condomínio Moacyr de Moura Filho, agente da Polícia Federal.

Também acusado de ser um dos chefes do esquema, Sérgio Ricardo Colombo foi apontado pela PF como responsável por fraudar pagamentos de impostos das mercadorias contrabandeadas por pelo menos cinco anos.

Outro investigado de Ribeirão Preto é o ex-investigador da Polícia Civil Lourival Custódio Filho, apontado como líder de um dos grupos que transportavam as mercadorias nos voos.

G1

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