ANDRADINA – O jovem Kleidson Alves dos Santos, agora com 27 anos, residente na rua José Bonifácio, bairro Benfica, acusado de tentar assassinar na madrugada de 11 de fevereiro de 2012, o comerciante Sebastião Aparecido Bini, o “Gato”, de 62 anos, cujo tiro na coluna deixou-o paraplégico, foi condenado a dois anos de internação em instituição especializada, como medida punitiva, já que sua defesa apresentou laudo médico que ele sofre de esquizofrenia.
Kleidson Alves dos Santos, hoje com 27 anos, surpreendeu todo mundo quando confessou os três crimes. Foto: Arquivo de família
Sebastião Bini, o “Gato”, hoje com 62 anos, ficou paraplégico após sofrer tentativa de homicídio em 2012. Foto: Arquivo de família
Desde o crime em 2012 ele já cumpre internação semelhante e deverá ser analisado por junto médica ao término desse período para que a defesa pleiteie sua liberdade. Claro que, essa junta médica que o analisar, comprovar que ele não tem condições de viver em sociedade, oferecendo perigo para as pessoas, poderá determinar que ele cumpra mais um período semelhante de internação e assim sucessivamente.
ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário.
Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes.
ACESSIBILIDADE
A exemplo das vezes anteriores em que precisou se deslocar até o piso superior do fórum, Sebastião Bini encontrou um obstáculo à sua frente, já que o prédio não tem acessibilidade para cadeirantes e possui somente escadas íngremes, o que impossibilita subir por conta própria. Assim como antes, Bini só pode deslocar-se até a sala superior onde são realizados os juri após servidores e familiares subirem com ele nos braços junto com sua cadeira de rodas, mostrando que o fórum local ainda precisa melhorar esse tipo de dispositivo, tal como um elevador ou uma rampa até o piso superior.
O CRIME
Na madrugada de 11 de fevereiro de 2012, próximo de 5h, o comerciante Sebastião Aparecido Bini, então 56 anos à época, foi alvejado pelas costas por um (até então) desconhecido, quando chegava para trabalhar na rodoviária de Andradina.
Segundo a vitima, quando chegou à rodoviária, estranhou a presença de um motoqueiro no local com capacete na cabeça, sem tirá-lo, dando a entender que o mesmo não queria mostrar o rosto.
O rapaz permaneceu no local enquanto a vitima se distraiu lavando um coador de café e não teve tempo para qualquer reação, pois o criminoso, sem dizer nada disparou um único tiro em suas costas, fugindo em seguida sem levar nada.
Sebastião Bini foi levado até à Santa Casa de Andradina, onde os médicos constataram que a bala estava alojada na coluna e por isso foi removido numa ambulância UTI móvel para Araçatuba, onde passou por cirurgia com um neorocirurgião para retirada do projétil, porém , acabou ficando paraplégico.
Bini era à época detentor da concessão que administrava a limpeza e uso dos banheiros da rodoviária local, e trabalhava junto com a esposa Leonilde Bini e também ajudava a fazer a segurança do local. Na época pensou-se que o agressor fosse alguma pessoa que tivesse tido algum desentendimento com ele por causa da segurança do local, porém, com o tempo, isso foi descartado.
HOMICÍDIO
Ele também deverá ir a júri popular pelo assassinato do comerciante Sérgio Colacino, praticado em maio de 2012, quando o comerciante estava dentro de seu carro e em frente de sua residência. Também sem dizer nada ele se aproximou e efetuou disparos de arma de fogo contra a cabeça da vítima, que morreu na hora. O comerciante e o pai do assassino eram amigos já que ele frequentava o estabelecimento comercial do pai do acusado.
