Homem de 56 anos confessou aos policiais que comprou um galão de gasolina após descobrir que a mulher estava se relacionando com outro homem. Vítima estava grávida.
PIRACICABA/SP – Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba (SP) prendeu na quinta-feira (23) um pintor de 56 anos que confessou ter colocado fogo na residência em que um casal estava, em 22 de janeiro, no Centro. A mulher teve 60% do corpo queimado e morreu cerca de um mês depois. Ela estava grávida. Já o homem, chamado Anderson Aparecido Ventura, morreu dois dias após o crime.Ambos tinham 27 anos.
Segundo o delegado da DIG, Demetrios Gondim Coelho, o pintor confessou o crime e afirmou que agiu por ciúme da mulher. No depoimento, ele disse aos policiais que a vítima era usuária de drogas e ele comprava comida a ela. Além disso, que chegou até a pagar dívidas que ela tinha com traficantes.
Ao ficar sabendo que a vítima estava se relacionando com outro homem, o pintor comprou um galão de gasolina, jogou no quarto em que ela e o rapaz estavam e ateou fogo. Ele fugiu em seguida.
Investigação
Segundo o delegado, os investigadores conseguiram identificar testemunhas do caso, que passaram dicas. Por meio dessas informações, os policiais civis chegaram no pintor, que ao ser preso confessou o caso.
Coelho disse também que outras pessoas informaram à DIG que, mesmo hospitalizada, a mulher pediu que não deixassem que o pintor entrasse no hospital pois ele havia tentado matá-la. Essas pessoas só foram localizadas após a prisão de ontem, conforme o delegado.
A Justiça já havia determinado a prisão temporária do suspeito. Agora, com a confissão, será pedida a prisão preventiva. O pintor foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por fogo e por dificultar a defesa das vítimas.
Na data do crime, o proprietário do imóvel chegou a ser ouvido. Ele afirmou que deixou as duas vítimas, que não moravam lá, passarem a noite na casa. O proprietário também relatou que estava em um outro quarto quando começou o incêndio.
O caso
O incêndio ocorreu às 11h40 de 22 de janeiro deste ano. Uma equipe do Corpo de Bombeiros voltava de outro atendimento quando passou pela Avenida José Micheletti e viu algumas pessoas gritando por socorro. Eles atenderam às vítimas e solicitaram apoio de outras unidades para apagar o incêndio.
O combate às chamas durou cerca de três minutos. A informação inicial era de que a grávida teve 40% do corpo queimado, mas posteriormente o hospital informou que ela teve 60% do corpo atingido.
O homem foi internado no Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), em Piracicaba, com 60% do corpo atingido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.