Documentos judiciais apresentados na semana passada avaliavam o patrimônio dele em mais de US$ 577 milhões, incluindo mais de US$ 56 milhões em dinheiro, noticiou a imprensa americana na segunda-feira (19). Nenhum beneficiário foi nomeado.
O milionário Jeffrey Epstein assinou um testamento dois dias antes de cometer suicídio, mostram documentos judiciais divulgados pelo jornal “The New York Post” na segunda-feira (19). Segundo os registros, o patrimônio de Epstein estava avaliado em mais de US$ 577 milhões (cerca de R$ 2,35 biilhões), incluindo mais de US$ 56 milhões (R$ 228 milhões) em dinheiro.
Nenhum beneficiário está nomeado no testamento, que só identifica as pessoas responsáveis por executá-lo. Todos os bens dele foram colocados em um fundo, o chamado “The 1953 Trust”.
Os documentos foram apresentados no dia 8 de agosto nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos, região em que Epstein tinha duas ilhas. Uma delas era apelidada por moradores locais como “ilha do pedófilo”, segundo o “The New York Post”. Antes de morrer, Epstein tinha sido acusado por procuradores de abusar sexualmente de meninas de 14 anos em suas várias mansões e de operar uma rede de exploração sexual de menores.
Os bens declarados no testamento mostram cerca de US$ 18 milhões (R$ 73 milhões) a mais do que ele havia declarado anteriormente em documentos judiciais, quando tentava obter fiança pelas acusações de tráfico sexual que enfrentava, diz o jornal.
No dia 10 de agosto, o milionário foi encontrado morto em sua cela, em um centro de detenção em Manhattan. Ficou determinado que ele cometeu suicídio.
Disputa pelo dinheiro
Na segunda-feira (19), os procuradores retiraram a acusação contra Epstein, mas disseram que estão considerando acusar outros de facilitar o suposto abuso, pelo milionário, de várias meninas.
Os advogados das vítimas prometeram ir atrás dos bens dele. Uma mulher entrou com uma ação contra o patrimônio de Epstein na semana passada, alegando que o milionário a estuprou várias vezes quando ela era adolescente.
“Entregue toda a propriedade a suas vítimas. É a única justiça que eles podem receber”, escreveu Lisa Bloom, uma das advogadas das vítimas, por e-mail à Associated Press. “E elas merecem. E em nome das vítimas de Epstein que eu represento, pretendo lutar por isso”, disse.