Administrador de empresas A. C. O., de 61 anos, residente na Vila Mineira, em Andradina, foi captura em um rancho em Castilho. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência

Polícia Civil de Andradina captura envolvido em Operação Raio X

ANDRADINA – Policiais civis da Delegacia Seccional de Andradina realizaram na tarde de terça-feira (29/09), a captura do administrador de empresas A. C. O., de 61 anos, residente na rua Paulo Afonso, Vila Mineira, em Andradina, por força de um Mandado de Prisão temporária (cinco dias), no desdobramento da Operação Raio X, desencadeada em vários municípios paulistas e pelo menos outros 4 estados. Depois de capturado, o preso foi encaminhado ao plantão policial e depois recolhido à cadeia de Pereira Barreto, à disposição da Justiça.

A captura do procurado aconteceu depois de exaustiva operação para sua localização, já que, policiais civis de Andradina que participavam da operação nas cidades de Lins e Penápolis, tomaram conhecimento de que ele pudesse estar morando já por Andradina, seu local de origem e para onde retornou, depois de trabalhar como provedor na Santa Casa de Birigui, um dos principais alvos das buscas policiais.

Em um trabalho investigativo que teve início às 5h30 de terça-feira (29), A Polícia Civil, depois de ir até a casa do procurado na Vila Mineira e outros possíveis endereços em Andradina, descobriu que ele estava em um rancho localizado no condomínio Caribe, às margens do rio paraná, em Castilho.

Os policiais civis José Santo Jacomelli e Marcell Rafael se deslocaram então para o referido condomínio e localizou o procurado em um dos ranchos, não oferecendo resistência na hora de sua prisão. Não foi necessário o uso de algemas para o seu deslocamento até a Delegacia Seccional de Andradina.

O QUE DISSE O CAPTURADO

O administrador de empresas A. C. O., de 61 anos, informou para a reportagem que já saiu da Santa Casa de Birigui faz dois anos e que trabalhava em regime de C. L. T., ou seja, registrado e sempre obedeceu as ordens de seus superiores quer seja em qualquer ato administrativo daquela entidade. Conclui que não fez nada de errado, já que obedecia ordens e que aguarda providências por parte de seus advogados.

Operação Raio-X: polícia apreendeu mais de R$ 1 milhão. Prefeitos são investigados

A mega-operação da Polícia Civil em parceria com o Ministério Público (Gaeco) desencadeada a partir de inquéritos instaurados no Deinter – 10, em Araçatuba, resultou na apreensão de mais de R$ 1 milhão em dinheiro, três aviões, 47 carros, a maioria de luxo, além de computadores, notebooks, livros de anotações e telefones celulares em diversas cidades nos estados de São Paulo e Pará, na manhã de terça-feira (29), conforme balanço parcial divulgado pela Polícia Civil.

O objetivo da operação é desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais.

O delegado Fábio Neri Pistori, do Deinter 10, um dos responsáveis pela investigação, disse que, como esta ainda é a primeira fase, por isso a Polícia e Ministério Público ainda não iriam divulgar os nomes dos envolvidos e nem das organizações sociais investigadas.

No entanto, a reportagem apurou que os prefeitos Cristiano Salmeirão, de Birigui e Célio de Oliveira, de Penápolis, e o deputado estadual Roque Barbieri estão entre os investigados, sendo que no último dia 21 o desembargador Ademir Benedito, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou o desmembramento do processo investigativo tendo em vista o foro por prerrogativa de função, que atrai a competência das investigações envolvendo os três para segunda instância.

POLÍTICOS DETIDOS

Até o último balanço divulgado pela Polícia Civil, 52 pessoas haviam sido presas. Entre elas estava o vereador José Roberto Merino Garcia, o “Paquinha”, de Birigui, o secretário da Saúde de Penápolis, Wilson Carlos Braz, além de um dos responsáveis por uma das OSs investigadas, e o responsável pelo RH, um homem de Araçatuba, dois médicos de Penápolis e um de Birigui.

Também foi cumprido um mandado de busca na casa do diretor da DRS (Direção Regional de Saúde), Sérgio Smolentzov, onde policiais apreenderam equipamentos eletrônicos e alguns documentos, e também na sede da repartição.

INVESTIGAÇÃO

A investigação, que conta com inquéritos policiais e civis instaurados, teve a duração de aproximadamente dois anos, período este em que foram levantadas informações que indicam a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais, bem como de desvio de milhões de reais que deveriam ser aplicados na saúde.

Em decorrência desse trabalho investigativo foram expedidos 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca, sendo 180 no estado de São Paulo e 57 nos demais estados, além do sequestro de bens e valores.

As prisões e as buscas se deram em dezenas de município do estado de São Paulo, dentre eles Penápolis, Araçatuba, Birigui, Osasco, Carapicuíba, Ribeirão Pires, Lençóis Paulista, Agudos, Barueri, Guapiara, Vargem Grande Paulista, Santos, Sorocaba, bem como em cidades do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

QUASE 1 MIL POLICIAIS ENVOLVIDOS

Para o cumprimento dos mandados foram convocados 816 policiais civis de todo o estado, 204 viaturas policiais e dois helicóptero da Policia Civil. Por parte do Ministério Público, 30 Promotores de Justiça e 10 Agentes de Promotoria participaram da operação.

Também cooperaram policiais civis de outros estados e a Polícia Federal no estado do Pará, onde objetivou-se o cumprimento do maior número de prisões temporárias e mandados de busca e apreensão fora do estado de São Paulo e que nesta data também deflagraram a Operação SOS.

De acordo com a investigação, há indícios de esquema de desvio de verba pública por meio da celebração de contratos de gestão entre Organizações Sociais e o Poder Público, em sua maioria, através de procedimentos licitatórios fraudulentos e contratos superfaturados.

No transcorrer da investigação identificou-se dezenas de envolvidos com o grupo criminoso divididos em diversos núcleos, cada qual com sua colaboração na prática das supostas infrações penais.

De acordo com o apurado, houve a aquisição de grande quantidade de bens móveis e imóveis, sendo que parte da evolução patrimonial do grupo se deu justamente no período da pandemia.

OUTRO LADO

O prefeito de Birigui, Cristiano Salmeirão, enviou uma nota por meio da assessoria imprensa sobre o assunto. “Recebo com surpresa a informação da citação de meu nome neste inquérito. Não fui notificado e não tenho qualquer tipo de impedimento em dizer que sou a parte mais interessada em ter os fatos apurados.

Como gestor, tenho a responsabilidade em desejar isso. Confio na Justiça e na apuração isenta dos fatos. Aguardo a apuração e coloco-me à disposição das autoridades naquilo que poder ajudar “.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje em seu perfil no Twitter que determinou ao secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, um pente-fino para apurar contratos com organizações sociais. “Não vamos tolerar que o Estado seja vítima de inescrupulosos”, disse.

NÚMEROS

52 prisões (40 em São Paulo 12 outros estados)

03 aeronaves

47 veículos apreendidos

154 telefones móveis apreendidos

158 cpus/notebooks/tablets apreendidos

176 pen drives/cds/hds

09 armas de fogo apreendidas

R$ 1.082.323,31, valor em dinheiro apreendido

1.125 documentos diversos apreendidos

(com informações dos sites Folha da Região, RP10, Araçatuba Acontece e Hoje Mais)   

MIL NOTICIAS/Agência

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