Eberton de Souza Crepaldi, de 38 anos, trabalhava em uma câmara fria quando os equipamentos caíram sobre ele.
BAURU – Foi encontrado sem vida, no início da tarde de segunda-feira (24), o funcionário do frigorífico Zanchetta (antigo Mondelli), que sofreu um acidente por volta das 2h de ontem no interior da câmara fria da empresa, localizada no Núcleo Mary Dota, em Bauru. O estabelecimento lamentou o incidente. Já o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bauru e Região (STIA) afirma que acionará o Ministério Público do Trabalho (MPT) para apurar as circunstâncias do ocorrido.
- “Racks” (prateleiras) caíram sobre corpo de funcionário enquanto ele manobrava empilhadeira dentro da câmara fria. Foto: Divulgação
- Corpo de Bombeiros trabalhou no resgate da vítima, que ficou 12 horas nos escombros (crédito: Reprodução)
- Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Científica estiveram no local. Foto: Divulgação
De acordo com o boletim de ocorrência (BO), Eberton de Souza Crepaldi, de 38 anos, manobrava uma empilhadeira dentro da câmara frigorífica durante seu turno de trabalho quando, por motivos a serem apurados, vários “racks” (prateleiras) com caixas de carnes caíram sobre seu corpo.
Ele ficou aproximadamente 12 horas nos escombros até ser resgatado por volta das 14h40 pelos bombeiros, porém, já sem vida. Os outros sete funcionários que trabalhavam no mesmo turno não ficaram feridos. Ainda segundo o BO, não foi possível apurar se outra pessoa estava dentro da câmara fria no momento do acidente.
Em nota divulgada na tarde de ontem, o grupo Zanchetta lamentou a morte do colaborador. “A empresa esclarece que cumpre rigorosamente todas as legislações e normas vigentes. Neste momento, o grupo está empenhado em prestar todo o apoio necessário aos familiares do colaborador e suporte para as investigações e autoridades”, conclui.
O presidente do STIA, Antônio Carlos de Oliveira Matheus, também conhecido como Pardal, explica que a câmara fria armazena, a 28 graus negativos, caixas com carnes congeladas para exportação.
Para isso, os itens devem ser de material resistente. “Mas recebemos a denúncia de que o frigorífico teria substituído prateleiras antigas por novas, mas de material menos resistente. Se isso se confirmar, pode ser a explicação para o acidente. Então, vou pedir ao MPT que apure este caso, além da polícia, para que a empresa seja responsabilizada”, declara o presidente do Sindicato.
Além disso, Pardal afirma que a procura pelo trabalhador foi complexa. “A câmara fria é gigantesca e foi desligada, mas a temperatura não diminui rapidamente. E, pela urgência, os bombeiros tiveram que trabalhar em regime de revezamento a cada 14 minutos, porque é o máximo de tempo que o corpo humano consegue suportar a 28 graus negativos sem equipamentos específicos”, finaliza.