Para Ronaldo Caiado, sociedade entende que a adoção do sistema viria para ‘acobertar’ políticos sem condições de pedir votos; parlamentares de diferentes siglas vêm defendendo modelo.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse nesta terça-feira (21) que não há “espaço” para o Congresso aprovar a adoção do sistema eleitoral de lista fechada. Para o parlamentar, a sociedade entende que a mudança viria para “acobertar” políticos sem condições de pedir votos a eleitores.
No sistema de lista fechada, os partidos ordenam, de acordo com sua preferência, uma sequência de candidatos e os eleitores votam nas legendas, e não nos nomes dos políticos.
Atualmente, o eleitor pode votar em partidos e em candidatos. Em razão das coligações proporcionais, muitas vezes, o eleitor acaba elegendo parlamentares que desconhece.
Vários políticos vêm defendendo a lista fechada para as eleições de 2018, caso dos presidentes do Senado, Eunício Olvieira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o relator da reforma política da Câmara, Vicente Cândido (PT-SP).
“Não tem espaço neste momento para o Congresso aprovar a lista fechada já que, no entendimento da sociedade brasileira, isso viria no intuito de amanhã poder acobertar parlamentares que não teriam a condição de poder enfrentar a sociedade, os seus eleitores e pedir o voto”, disse o parlamentar goiano.
Caiado declarou ainda que o debate sobre o tema é “inoportuno” e faz com que haja um “descrédito maior” dos partidos junto à população.
Rodrigo Maia
Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a discussão sobre um novo sistema eleitoral para 2018 não é para proteger ninguém. Para ele, há na sociedade informações “que não são verdade” sobre os modelos que estão em debate.
Ele, ao contrário de Caiado, defendeu o sistema de voto em lista fechada para a eleição de deputados federais, deputados estaduais e vereadores.
“Que a gente possa explicar para a sociedade que nenhum deles (modelos em debate) está aí para proteger ninguém, todos os sistemas que estão sendo discutidos já existem. Existem em democracias consolidadas”, disse Maia.