Vinícius Coradim foi acusado pela Justiça de matar o estudante Diogo Belentani, filho de um ex-comandante da PM, durante um churrasco, em julho de 2017.
ARAÇATUBA – O soldado da Polícia Militar Vinícius Coradim, acusado pela Justiça de matar Diogo Belentani, em julho de 2017, está sendo julgado nesta quarta-feira (7).
O estudante, que tinha 21 anos, foi baleado no peito com uma pistola ponto 40 durante um churrasco. Diego era filho do comandante interino do Policiamento do Interior 10 (CPI-10), o tenente-coronel Armando Belentani Filho.
Coradim é acusado de três crimes: homicídio doloso qualificado, fraude processual e disparo de arma de fogo. Juntas, as penas pelos crimes podem chegar a 40 anos de prisão, de acordo com a promotoria.
Durante o júri popular, dez testemunhas devem ser ouvidas, sendo cinco de defesa e outras cinco de acusação. Coradim está preso no presídio militar Romão Gomes, na capital.
A primeira audiência do caso foi realizada em janeiro deste ano. Além de Coradim, prestaram depoimentos testemunhas de acusação e defesa. Na ocasião, o PM alegou que o disparo foi acidental.
Mas para o Ministério Público, o policial agiu com a intenção de matar, por isso Coradim foi acusado de homicídio doloso.
Ainda segundo a promotoria, Vinícius Coradim admitiu ter alterado a cena do crime, que teria ocorrido após uma discussão entre os rapazes por causa de uma mulher que estaria envolvida com eles.
A princípio, Coradim responderia por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Entretanto, a polícia descobriu que as testemunhas mentiram nos primeiros depoimentos e, depois, revelaram que o PM segurava a arma no momento do disparo, e não a vítima.
De acordo com a promotoria, ao alterar a cena do crime, o soldado da PM queria alegar que a vítima tirou a própria vítima, e também teria intimado testemunhas a mentirem.
O advogado de defesa de Coradim, Nilton Vivan de Souza Nunes, defende a tese de que o disparo foi acidental. “Vamos demonstrar que eles eram amigos, amigos mesmo de até dormir um na casa do outro, e que foi uma fatalidade mesmo”, afirma.
Protesto
Parentes e amigos do Diogo Belentani que entraram na audiência e aguardavam o início do julgamento estavam vestindo camisetas com uma foto dele estampada. Mas o advogado de defesa do réu depois de consultar o juiz pediu pra que não fosse permitido. O pai da vítima foi informado dessa decisão e avisou em voz alta as outras pessoas.
O advogado de defesa chegou a discutir com um dos parentes da vítima. Depois da confusão as pessoas que usavam as camisetas tiveram que sair e voltaram com ela vestida pelo avesso.