Soldado Daniel Piauí havia entrado recentemente na corporação. O caso foi registrado como feminicídio no 10º Distrito Policial de Osasco, em São Paulo
Segundo os depoimentos de parentes e vizinhos à Polícia Civil, Suelma havia se separado de Costa após descobrir uma traição, mas o PM não aceitava o fim do relacionamento e se negava a deixar o apartamento onde viviam no bairro Portal d’Oeste.
Em mais de uma ocasião, o agente teria ameaçado se matar caso Suelma não reatasse a união, mas não havia registros de intimidações ou agressões contra ela. Antes do crime, os dois discutiram.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que uma arma foi apreendida e encaminhada para perícia. A pistola de calibre .40 pertence à Polícia Militar e era usada por Costa em serviço.
O caso foi registrado como feminicídio e suicídio pelo 10º Distrito Policial (Jardim Helena Maria) de Osasco. Suelma tinha um filho, que não estava em casa no momento do crime.
Aumento dos casos
Em 2019, o número de casos de feminicídio cresceu 28% na comparação com 2018. Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram 155 registros de janeiro a novembro do ano passado, contra 121 no mesmo período de 2018. Os dados de dezembro de 2019 ainda não foram fechados – no mesmo mês de 2018, foram 15 casos, totalizando 136 ocorrências de feminicídio naquele ano.
A Lei do Feminicídio – que prevê penas mais altas para condenados por assassinatos decorrentes de violência doméstica ou por discriminação e menosprezo à mulher – entrou em vigor em 2015.
A lei classifica esses homicídios como hediondos, dificultando, por exemplo, a progressão da pena do condenado, além de elevar em até um terço a pena final do réu. Mas muitos dos crimes passíveis de enquadramento como feminicídio ainda não são registrados assim, dizem especialistas.